domingo, 9 de outubro de 2011

Confronto entre forças de segurança e cristãos mata dezenas e fere mais de 180 no Egito.



CAIRO - Ao menos 24 pessoas foram mortas e mais de 180 ficaram feridas neste domingo no Cairo (capital do Egito), quando cristãos carregando cruzes e imagens de Jesus Cristo entraram em confronto com forças de segurança, segundo fontes da área de segurança e médicas. Batalhas em pelo menos três outras províncias do país já foram registradas.
Cristãos, que protestavam contra um ataque a uma igreja na semana passada, jogaram pedras e coquetéis molotov e incendiaram carros, enquanto uma espessa fumaça podia ser vista nas ruas em um dos mais violentos episódios desde o levante contra o ex-presidente Hosni Mubarak em fevereiro.

Centenas de pessoas de ambos os lados lutaram com paus em uma ponte do Cairo. Manifestações se espalharam mais tarde pela Praça Tahrir, ponto mítico das manifestações de fevereiro. Testemunhas disseram que o Exército se deslocou para a área.
A junta militar que governo o Egito decretou na noite deste domingo um toque de recolher nas ruas da região central do Cairo. A medida, segundo a TV estatal egípcia, estará em vigor pelo menos até as 7h de segunda-feira (hora local).
O primeiro-ministro interino do Egito, Essam Sharaf, convocou uma reunião de emergência para discutir a crise.
- Os únicos beneficiários do confronto são os inimigos da revolução - declarou o premier, já pressionado por partidos opositores, como o al-Wafd, que exigiu a criação de um comitê para apurar os choques.
Tensões entre cristãos e muçulmanos têm aumentado desde o levante de fevereiro. O confronto desde domingo ocorre algumas semanas antes das eleições parlamentares de 28 de novembro, as primeiras desde que Mubarak foi deposto.
Cristãos correspondem a 10% da população egípcia e tomaram as ruas culpando radicais muçulmanos de demolir parcialmente a igreja de Aswan na semana passada.